Dados divulgados nesta segunda-feira (25) pelo Ministério da Saúde
mostram que o número de casos de dengue no início deste ano quase
triplicou em relação ao mesmo período de 2012. Foram registrados, até o
dia 16 de fevereiro, 204.650 mil casos, contra 70.489 notificados em
2012, o que representa um aumento de 190%.
O número de casos graves e de mortes, no entanto, apresentou redução.
Trinta e três pessoas morreram em decorrência da doença até agora,
contra 41 no ano passado. E foram 324 ocorrências graves da doença,
contra 577 no ano passado.
O secretário de vigilância em saúde do ministério Jarbas Barbosa
ressaltou que maioria das mortes por dengue é de pessoas com
comorbidades, ou seja, que possuem doenças como diabetes, cardiopatias e
pneumopatias, entre outras.
Total de mortes por dengue (até 16 de fevereiro)
Região/Ano |
2010 |
2011 |
2012 |
2013 |
Norte |
19 |
22 |
5 |
1 |
Nordeste |
11 |
38 |
19 |
4 |
Sudeste |
49 |
32 |
8 |
8 |
Sul |
3 |
9 |
0 |
3 |
Centro-Oeste |
64 |
8 |
9 |
17 |
A principal causa do aumento de casos, segundo Barbosa, é a circulação
do vírus tipo 4 (DENV-4), que agora circula em municípios grandes, como
Goiânia, Campo Grande e Uberaba, entre outros. A presença do novo
subtipo aumenta o risco de infecção, já que a maioria dos brasileiros
não desenvolveu imunidade contra ele. De acordo com o secretário, o
DENV-4 corresponde a 52,6% das amostras analisadas no país.
O ministro da Saúde Alexandre Padilha mencionou, ainda, a ocorrência
maior de chuvas em certos municípios. Ele também chamou a atenção para
os prefeitos que acabaram de assumir seus cargos para a importância da
continuidade das ações contra a doença. "É fundamental que os novos
prefeitos assumam a responsabilidade de combater a dengue em seus
municípios."
Oito Estados concentraram quase 85% do total de casos: Mato Grosso do
Sul (42.015 casos), Minas Gerais (35.334), Goiás (27.376), São Paulo
(21.691), Rio de Janeiro (14.838), Paraná (12.040), Mato Grosso (10.765)
e Espírito Santo (9.013).
Epidemia
Considerando que o critério para se definir uma epidemia é a incidência
de 300 casos para 100 mil habitantes, são cinco os Estados que se
encontram nessa situação: Mato Grosso do Sul, Goiás, Acre, Mato Grosso,
Tocantins e Espírito Santo. A incidência média do país é de 105,5 casos
por 100 mil.
Segundo o Liraa (Levantamento de Índice de Infestação por
Aedes aegypti),
também divulgado hoje, 267 municípios estavam em situação de risco para
dengue em janeiro, 487 em situação de alerta e 238 em situação
satisfatória. O secretário de vigilância em saúde lembrou, no entanto,
que a pesquisa é um retrato do momento e a situação pode se modificar
rapidamente de satisfatória para de risco.
Por região, a maior concentração das larvas do mosquito em
reservatórios de água ocorreu no Nordeste, com 76,2%. Por outro lado,
foi na Região Sudeste onde se concentraram os maiores focos em depósitos
domiciliares, com 63,6%. O levantamento contou com número de municípios
29% maior este ano.
Quanto às capitais, o Liraa de janeiro apontou situação de risco em
Palmas (TO) e Porto Velho (RO); de alerta em Belém (PA); Manaus (AM);
Rio Branco (AC); Aracaju (SE); Fortaleza (CE); Maceió (AL); Recife (PE);
Salvador (BA); São Luís (MA); Belo Horizonte (MG); Rio de Janeiro (RJ);
Brasília (DF); Campo Grande (MS) e Goiânia (GO). Já Boa Vista (RR);
João Pessoa (JP) e Teresina (PI) apresentaram índice satisfatório.
fonte: noticias uol