sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Promotor do Caso Bruno vai à Nelson Hungria visitar o goleiro durante rebelião.

  Henry Vasconcelos chegou na unidade dizendo que iria verificar a situação em que se encontra o réu acusado de arquitetar o sequestro e assassinato de Eliza Samudio. Motim segue sem previsão de fim

Durante o dia, presos quebraram o telhado e se agruparam no alto do pavilhão. Ao todo, são cerca de 100 rebelados (Juarez Rodrigues/EM/D.A Press. )
Durante o dia, presos quebraram o telhado e se agruparam no alto do pavilhão. Ao todo, são cerca de 100 rebelados


O promotor responsável pela acusação contra o goleiro Bruno Fernandes, Henry Vasconcelos de Castro, foi até a Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na noite desta quinta-feira onde detentos de um dos pavilhões estão rebelados desde as 9h. O promotor disse que queria verificar a situação do réu acusado de arquitetar a morte de Eliza Samudio e não deu mais detalhes sobre a visita. Após 13h, a rebelião segue sem avanços nas negociações e os dois reféns permanecem sob o poder dos presos.

Quem também foi até a penitenciária foi o advogado Zanone Manuel de Oliveira, um dos defensores do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, no chamado Caso Bruno. Ele disse aos jornalistas que iria ajudar a polícia nas negociações. No início da noite, havia a expectativa da rendição, porém, os presos recuaram e a situação voltou para a estaca zero. Os detentos seguem no telhado do Pavilhão 1 encapuzados e empunhando pedaços de ferro e madeiras. Fornecimento de água e energia elétrica foi cortado no pavilhão.

Na entrada do presídio permanecem apenas equipes de reportagem. Familiares dos presos foram autorizados a entrar dentro do complexo, mas estão longe do pavilhão 1, onde os presos estão rebelados. O goleiro Bruno, que começará a ser julgado no próximo dia 4 de março, está preso no pavilhão 4. Já o amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, já condenado pelo sequestro e morte de Eliza Samudio, cumpre pena no pavilhão 5.
O Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da Polícia Militar iniciou as negociações por volta das 13h. Por meio de um rádio comunicador do agente penitenciário mantido refém, os oficiais mantêm contato com o detento que se apresentou como líder do motim. Trata-se de Daniel Augusto Cipriano, 29 anos, que tem cinco condenações por roubo e uma por homicídio.

Conhecido pelos apelidos de Carioca e Snap, Daniel Cipriano listou uma série de exigências, entre elas, a presença do deputado estadual Durval Ângelo (PT) da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O motivo da rebelião seria a mudança nas regras de visitação dentro da unidade prisional, além de reclamações quanto a problemas na administração do complexo.

Reféns
O motim começou por volta das 9h quando começaria uma aula para os albergados. Eles renderam um agente penitenciário e a educadora que leciona na unidade prisional há mais de dez anos. Segundo o subsecretário de Administração Prisional, Murilo Andrade de Oliveira, os presos aproveitaram uma distração da segurança. “Foi uma questão de oportunidade. Um deslize do agente. A professora estava na sala e eles renderam primeiro o agente e depois a professora”, disse Murilo Andrade. Em seguida, o agente foi levado para o pátio do pavilhão, onde foi ameaçado por um material parecido com barras de ferro e facas. A princípio, foi descartada a posse de armas de fogo pelos detentos.

Durante a tarde, a professora, que é mantida refém, passou mal e teve que ser medicada devido a pressão alta. Por meio do rádio, ela informou aos negociadores que não foi ferida e que está sendo respeitada pelos presos.

Operação policial
Um forte aparato policial foi montado para acompanhar a rebelião. Além do efetivo do gate estão na unidade equipes da Batalhão de Rondas Táticas (Rotam), da Ronda Ostensiva com Cães Adestrados (Rocca) e do Batalhão de Choque. O Caveirão, veiculo blindado da PM, também foi deslocado para dar apoio aos militares,assim como o helicóptero da PM, que durante o dia fez vários voos rasantes. Três ambulâncias também estão de prontidão para atender possíveis feridos.

Durante a tarde, os presos usaram lençóis para escreverem as palavras "opressão" e "sistema". Alguns lençóis e colchões foram queimados e os bombeiros tiveram de conter as chamas. Do lado de fora da penitenciária, foi possível ouvir barulho de bomba e tiros no pavilhão.

(Com informações de Paula Sarapu, Luana Cruz, Cristiane Silva e João Henrique do Vale)





fonte: estado de minas

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