Atlético conta com acordo com o governo para melhorar a sua situação financeira
Com salários e direitos de imagem de parte do elenco atrasados em um mês e meio, o Atlético ainda luta para conseguir receber o dinheiro da venda de Bernard para o Shakhtar, da Ucrânia. Nesta quarta-feira, o presidente Alexandre Kalil convocou a imprensa para fazer um pedido de socorro.Além de quitar os vencimentos atrasados, a diretoria alvinegra conta com a totalidade da receita de R$ 74 milhões, relativa à venda do jogador, para viabilizar o clube como um todo. Desse montante, R$ 54 milhões foram bloqueados pela Fazenda Nacional por conta de dívidas tributárias do Atlético.
“Hoje eu vim pedir pelo amor de Deus à nossa presidenta Dilma Rousseff que nos trate como mineiros, como ela é. Estou pedindo socorro para a presidenta, para o ministro Fernando Pimentel, que vai precisar do voto do povo mineiro, que nos ajude. Estão nos tomando uma receita de R$ 74 milhões. Não estou aqui pedindo patrocínio federal, como foi dado pela Liquigás, Petrobras, Caixa e por aí vai. Não quero dinheiro do BNDS, não quero isenção de PIS e Cofins, como estão dando para Grêmio, Inter, Atlético do Paraná, Corinthians. Eu quero pagar o imposto que o Atlético deve, sem desconto nenhum, mas de uma forma que eu possa pagar. Presidenta, socorro! Minas Gerais precisa ser olhada”, disse Kalil, referindo-se à dívida tributária com o governo que gerou o bloqueio do dinheiro ucraniano.
O Atlético quitou os vencimentos dos funcionários nesta segunda-feira. Mas parte do elenco está com os salários atrasados. Segundo Kalil, receber o dinheiro do Shakhtar é crucial para o orçamento alvinegro.
“Não temos a menor condição (de fechar o ano em dia sem o acordo). Estamos falando em R$ 74 milhões de um balanço de 200 e pouco. Nem se eu fosse mágico manteria as contas em dia”, relatou o presidente.
Segundo Kalil, o elenco está ciente da situação vivida pelo clube. “Eles estão a par de tudo. Sabem da minha luta e do meu sofrimento”.
Outros clubes já tiveram problema semelhante com a Fazenda Nacional e conseguiram solucionar. Mas Kalil ressalta que quer condições diferentes, já que apresentou garantias de pagamento melhores.
“Foi bloqueado para vários clubes. Só que não fui lá assinar o que eles querem. A situação do Atlético é diferente e temos uma proposta diferente, que outros clubes não têm condição de dar. Por isso queremos uma condição diferente. Se temos garantias diferentes, queremos uma condição diferente”.
O imbróglio financeiro tem tirado o sono do presidente do Galo: “Se continuarem fazendo o que estão fazendo com o Atlético, eu não consigo terminar o meu mandato. Quero compartilhar com a torcida que tem uma semana que eu não durmo direito. Estou extremamente preocupado”.
Bernard foi vendido no início de agosto. Em seguida, uma decisão judicial autorizou o bloqueio de cerca de R$ 54 milhões divididos em quatro processos. Desde então, o departamento jurídico alvinegro trabalhava para chegar a um acordo com a Fazenda Nacional. Segundo Kalil, dois acordos chegaram a ser fechados, mas não cumpridos.
Outros assuntos
Durante a entrevista coletiva, Alexandre Kalil respondeu apenas questões referentes à venda de Bernard. Assuntos como a permanência de Ronaldinho Gaúcho, Mundial de Clubes e negociações não foram abordados.
FONTE: Superesportes
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