quarta-feira, 28 de novembro de 2012

História da Loja Maçonica de Raul Soares - 90 anos


No arraial  de São  Sebastiao do Entre Rios, que tornara-se uma das mais progressistas vilas da zona da mata mineira depois da chegada da Estrada de Ferro Leopoldina, em 1917, com a Estação de Matipoó, que fez deste arraial um ponto de escoamento de toda a produção agricola e industrial desta e de regiões próximas  para o Rio de Janeiro, à época Capital da República.
Muitos visualizaram nesta região, oportunidades de bons negócios e para cá vieram com os seus estabelecimentos comerciais e industriais.
Nesta leva, também vieram homens de personalidade fortes, sabedores de suas metas, aqui aportando, nesta promissora estação de Matipoó, Arraial de São Sebastião de Entre Rios, atualmente Raul Soares.
Aos quinze dias de novembro de 1922, vários deles, reuniram-se para fundarem uma Loja Maçônica que recebeu o nome de Esperança no Arquiteto sob a égide do Grande Oriente do Brasil, inscrita com o nº 0993 em seu registro. Foram eles os senhores e irmãos: Francisco Costa Abrantes, José Teodoro Alves e Perácio Machado Lima, iniciados na ARLS Cataguazense, do Oriente de Cataguases, MG; Josefino Gomes de Vasconcellos e José Maria de Souza, iniciados na ARLS Caratinga Livre, do Oriente de Caratinga, MG; José Pinto Andrade Sobrinho, iniciado na ARLS União de Manhuaçu; Matheus Notaroberto, iniciado na ARLS Antônio Baena, do Oriente de Belém, Estado do Pará.
Fundaram e construíram sua sede própria na atual Avenida Getúlio Vargas, local onde, hoje, se encontra o Fórum de nossa Comarca, que, à época da elevação da Vila à Cidade, foi doado para sediar a Prefeitura do recém-criado município.
Esta fronteira  promissora continuou até o ano de 1935 quando a linha férrea atingiu a cidade de Caratinga, para quem perdeu parte de seu brilhantismo e importância. A partir desta data,  periodo tornou-se temeroso e o clima foi marcado com  cisões no Grande Oriente do Brasil, Golpe na República e o temor de uma nova Guerra. 
O caminho trilhado pela Loja Esperança no Arquiteto, nem sempre foi de flores, que, por fatos alheios à sua vontade, ora por falta de número mínimo de membros para o seu funcionamento; e a outra, por tornar-se irregular, por força da Lei Federal nº 38, de 04 de abril de 1935,  editada pelo Presidente Getúlio Vargas, que em seu artigo 30,  proibia  a atividade de todas as Lojas maçônicas no país, que em termos, todas abateram suas colunas ou funcionaram na clandestinidade.
Neste período, todas as Lojas Maçônicas eram vistas como núcleos de rebelião e disseminadora de doutrinas antipáticas à ditadura que ele, Getulio Vargas impussera ao país, inadmissível para um regime que se pretendia, integrador da vontade nacional.
Com o descontetamento e a crescente oposição ao Estado Novo, os Templos Maçonicos  iniciam a retomada  de suas atividades, eis que, em 19 de dezembro de 1943, aqui comparecem os Irmãos, Roberto Parentoni, João Sette Sobrinho, Joventino Domenici, Jose Grossi da Loja União Cosmopolita de Ponte Nova e dirigiram os trabalhos de retomada de  atividades  da Esperança no Arquiteto. Realizaram a eleição da primeira Diretoria do pós guerra, ficando assim constituida: Veneravel Mestre Arthur Penna; 1º e 2º Vigilantes: Antonio Cordeiro e Paulino Faria; Secretário: Abeilard Pinto  Leão; Orador: José Pinto Mendonça; Tesoureiro: Geraldo de Lima Carvalho; Chanceler: José de Andrade da Silva Reis; Mestre de Cerimônias: José  Lisboa; 1º e 2º  Diáconos: Assad Chequer e Francisco Costa; 1º e 2º Expertos: Jose Rossetti e Oscar Mendes do Carmo.
Tal feito se deu em sua nova sede propria, à Rua Camilo de Moura,  sob a égide do Grande Oriente Unido, criado por Álvaro Palmeira, e assim permanecendo até sua reincorporaçao ao Grande Oriente do Brasil.
Já em 1973, vive um novo tumulto e sofre sua intervensão pelo movimento  liderado por Athos Vieira de Andrade, que ocasionou igual intervensão ao  Grande Oriente Estadual que ao final resultou a criaçao da  COMAB – Confederação  Maçonica do Brasil.
Tal situaçao não sendo de agrado de grande parte dos obreiros da Esperança no Arquiteto, ocasionou o seu retorno ao Grande Oriente do Brasil depois de muitos esforços e dedicação, tendo como mediador o irmao  Manoel Bramusse, à época obreiro da ARLS Caratinga Livre.
 Logo depois deste período,  através do Ato nº 24/74, a  Loja Esperança no Arquiteto é agraciada com a Medalha de Tiradentes, a mais alta Condecoração Estadual.
Entre os anos de  1989  a 1992, recebe  os  títulos de Benfeitora da Ordem e Grande Benfeitora da Ordem, respectivamente, e agraciada com a Estrela de Distinção Maçônica.
Hoje, decorridos 90 anos de sua existência, a Loja “Esperança do Arquiteto” tece a mais justa e perfeita homenagem, à memoria de seus fundadores e a todos os obreiros que aqui passaram, distribuindo as vibrações de fraternidade, de união e de harmonia, receita garantida da perpetuação de suas obras através dos saudáveis exemplos que nos legaram e a toda irmandade.
Neste período contou com administradores que souberam, tanto em crises ou de calmarias, conduzir os trabalhos em prol da coletividade, com seus ensinamentos e luzes para a lapidação da moral do homem e da ascensão do espírito sobre a matéria, sem jamais afastarem da trilogia: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Suas administrações passaram nas mãos dos seguintes Veneráveis Mestres: Francisco Costa Abrantes, Arthur Pena, Abellard Pinto Leão, Antônio Pinto Cordeiro, Jose Rosseti, Sebastião Tavares da Silva, Francisco Abrantes Filho, Gerardo Grossi, Serafim Silveira de Sousa, Roldão Marcos da Rocha, Joaquim de Sousa, Dirceu Goulart da Silveira, Itagiba de Miranda, Luciano Justiniano Ribeiro, Clecy Soares Sathler, José Estevão de Oliveira Filho, Júlio Vieira de Melo, Naisses Lima Junior, Paulo Renato de Andrade e Silva, Manoel Bramusse, Marco Antônio Pereira Carneiro,  Belchior de Almeida Cezar, Antônio Figueiredo Filho,  Sílvio Cláudio da Silveira, Afonso Henrique Lourenço Pacheco, Paulo César Lepore, Everaldo Domingos Costa, Antônio Alves de Barros, Joao Batista Neto, Fernando Antônio Carias e outros Veneráveis Irmãos, que souberam conduzir  seus trabalhos em prol da coletividade.
A eles, damos os votos de felicidade, juntamente aos seus Iniciados, fundadores e a todos os Maçons que aqui passaram, estejam eles vivos ou no Oriente Eterno, mas vivos  em suas lembranças, sentimentos e perpetuados em suas colunas.







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