sábado, 9 de março de 2013
Em 2017, goleiro Bruno poderá sair da prisão
Em menos de quatro anos, o goleiro Bruno Fernandes poderá sair da unidade prisional para trabalhar ou estudar. Apesar de o jogador ter sido condenado ontem a 22 anos e três meses pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, sequestro e cárcere privado de Eliza Samudio e o filho deles, Bruninho, ele tem o direito à progressão de regime quando cumprir dois quintos da pena relativa ao assassinato da jovem, que foi fixada em 17 anos e meio. Assim, ele ficaria em regime fechado por cerca seis anos e nove meses, mas já cumpriu dois anos e oito meses.
"O cumprimento de um sexto da pena para o crime de homicídio é um direito constitucional garantido aos presos que têm bom comportamento", explicou o presidente da Comissão de Assuntos Penitenciários da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Adilson Rocha. Segundo ele, esse é o caso do goleiro, que não apresentou problemas na Penitenciaria Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Segundo o jurista paulista Luiz Flávio Gomes, a pena foi baixa. "Ele foi mandante desse crime, então deveria ter uma pena muito maior", disse Gomes. Segundo o jurista, a confissão de Bruno foi parcial, e a pena somente para o homicídio deveria ser de, no mínimo, 22 anos. Em juízo, o jogador assumiu, pela primeira vez, que Eliza estava morta e contou que Macarrão a levou para ser morta por Marcos Aparecido dos Santos, o Bola.
Para o membro colaborador da comissão da OAB, Sandro Motta, "com certeza, a juiza entendeu que ele colaborou e em sua decisão deu uma pena mais branda."
Os especialistas explicaram que o goleiro pode ainda ser solto antes desse prazo caso comece a trabalhar dentro da prisão. "A cada três dias trabalhados, ele consegue reduzir um de pena", afirmou Gomes.
O advogado de defesa de Bruno, Lúcio Adolfo da Silva, disse que Bruno já trabalhava na penitenciária e vai continuar. Sendo assim, a previsão é que ele saia da prisão em dois anos e três meses.
Denúncia
Outras pessoas citadas pelos réus com envolvimento no crime que resultou na morte de Eliza Samudio podem ser denunciadas pelo MPMG. Ontem, o promotor Henry Wagner Vasconcelos disse que abrirá, nos próximos dias, um novo processo para investigá-los.
O promotor não quis citar nomes desses envolvidos mas, dentre os denunciados, pode estar até o advogado de defesa de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, Ércio Quaresma, que teria recebido uma ligação do acusado um dia após ele ter matado Eliza, o que indica que ele poderia saber do crime.
Questionado se o advogado seria denunciado, o promotor disse: "não quero dizer nem que sim e nem que não".
A Polícia Civil já investiga Quaresma por um suposto envolvimento em um suborno a policiais paulistas em 2010, para livrar seu cliente de uma prisão por porte ilegal de armas. Bola teria ido a Santos (SP) para procurar Eliza, mas, como foi detido, os planos da execução foram então interrompidos.
Ontem, o advogado foi procurado pelo Super para comentar as investigações, mas não atendeu às ligações.
Além dele, o ex-motorista de Bruno Cleyton Gonçalves e a então namorada dele Tainá Júlia foram citados como receptores de Bruninho. A prima do goleiro Célia Rosa Sales também pode ser denunciada. Mas, o promotor afirma que o processo é sigiloso. Os ex-policiais civis José Laureano, o Zezé, e Gilson Castro, já estão sendo investigados pela promotoria, e o pedido de prisão deles pode sair a qualquer momento.
fonte: http://www.otempo.com.br/supernoticia/noticias/?IdNoticia=79200
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