As férias de janeiro ainda não chegaram, mas tem gente que já “pegou a estrada” faz tempo. Ou melhor, gente não: bichos. Com o final do ano se aproximando, faz frio no hemisfério norte, e milhões de animais estão em plena migração para o sul. O que eles querem aqui? O mesmo que qualquer turista: terras mais quentes, alimentos exóticos e oportunidades de reprodução. Eles têm um arsenal de recursos (os ventos, as correntes marítimas e até o campo magnético da Terra servem como orientação), mas um mistério persiste: afinal, como os animais escolhem suas rotas? A resposta para isso pode estar chegando: nas próximas semanas, entrará no ar o MoveBank.org, um site criado pela Universidade de Princeton que promete um mapa definitivo das migrações animais – a idéia é montar um superatlas online, que seria alimentado em tempo real por biólogos de todo o mundo, e usar as informações para entender o comportamento dos bichos. Mas você não precisa esperar: selecionamos as migrações mais incríveis do reino animal. Boa viagem!
Os viajantes
As espécies que mais "batem perna" por aí
Bobo-pequeno (Puffinus puffinus)
Acredita-se que este pássaro tenha sido encontrado por Pero Vaz de
Caminha no dia do Descobrimento do Brasil (ele cita o fato em uma
carta). Isso porque os bobos-pequenos fazem um caminho parecido com o do
navegador: todo ano, saem da Europa e vêm até a nossa costa.
Andorinhão (Apus apus)
Borboleta-monarca (Danaus plexippus)
Insetos não vivem muito. A borboleta-monarca, só dois meses. Por
isso, a migração anual dessa espécie, do México para os EUA, é épica:
envolve nada menos do que 4 gerações de borboletas. Quando a viagem termina, a última geração recebe um prêmio: vive mais, 7 meses.
Albatroz-errante (Diomedea exulans)
É a ave com as maiores asas (3,5 m de envergadura) e a maior migração de todos os animais:
literalmente dá a volta na Terra – no sentido oeste-leste, para
aproveitar as correntes de vento. Depois desse percurso, que leva um
ano, pára em ilhas perto da Antártida para se reproduzir.
Tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea)
É a maior tartaruga do mundo: pode chegar a 3 m de comprimento e
pesar quase 1 tonelada. Sua migração também é uma das mais
impressionantes. As fêmeas ficam circulando entre a América e a Europa.
E, a cada dois anos, voltam à praia onde nasceram para colocar ovos.
Salmão-do-atlântico (Salmo salar)
Tem uma missão árdua: sair da Groenlândia e voltar para os rios onde
nasceu, na Europa e na América do Norte, para se reproduzir. Os cardumes
precisam nadar contra a corrente até achar um ponto ideal para
depositar seus ovos. Boa parte dos peixes acaba morrendo.
Gnu (Connochaetes taurinus)
Anda pela África para fugir da seca: as manadas procuram lugares onde
haja mais pasto e a vegetação esteja mais verde. Sua migração é
acompanhada pelas zebras, e observada com interesse pelos predadores da
região – inclusive os humanos locais, da tribo massai.
Jubarte (Megaptera novaeangliae)
Esta baleia é famosa porque é gigante (tem 13 m de comprimento), roda o
mundo inteiro e consegue pular fora d’água. Mas seu feito mais
impressionante é outro: ao migrar das ilhas Sandwich até Abrolhos, na
Bahia, ela não come nada – e emagrece 10 toneladas.
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