Prisão do goleiro Bruno envolve trama processual.
O retorno do ex-goleiro Bruno Fernandes de Souza ao banco dos réus,
nesta segunda-feira, no Tribunal do Júri de Contagem, põe novamente
diante dos jurados um dos mais conturbados processos criminais da
Justiça de Minas. Passados quase três anos desde o início das apurações
sobre o sumiço de Eliza Samudio, com quem o goleiro teve um filho, as
investigações deram origem a um emaranhado de manobras das defesas, que
complicaram o andamento processual e pouco ajudaram os acusados. No
período, um verdadeiro desfile de defensores foi registrado pelo
Tribunal de Justiça, que contabilizou mais de 50 advogados envolvidos no
caso. Somente Bruno já assinou procuração para cerca de 10 defensores. O
máximo que conseguiu foi escapar do júri realizado em novembro, com
maioria de jurados do sexo feminino, quando seu ex-funcionário Luiz
Henrique Romão, o Macarrão, confessou que Eliza foi assassinada. A nova
data do julgamento, aliás, decorre exatamente de mais uma reviravolta na
defesa do atleta.
O inquérito policial e a instrução processual resultaram em uma das mais
extensas peças jurídicas do estado, com 16 mil páginas e 66 volumes. Os
depoimentos de acusados e testemunhas, laudos periciais, entre outros
documentos que serviram de base para incriminar oito pessoas, serão o
principal instrumento para convencer os sete jurados da culpa ou da
inocência do atleta. Ele está atrás das grades desde 7 de julho de 2010,
quando perícia confirmou que vestígios de sangue encontrados em um de
seus carros eram de Eliza.
O caso ganhava status de folhetim, tendo como principal personagem um atleta de ponta no ápice da carreira, atuando pelo time do Flamengo, então recém-campeão brasileiro. De goleiro cotado para a Seleção Brasileira de futebol, com pré-contrato com um time europeu para ganhar milhões, Bruno se viu envolvido com o assassinato da mulher que lhe exigia pensão para o filho de 4 meses. O caso ganhava manchetes país afora, idas e vindas dos principais acusados diante de flashs implacáveis, depoimentos sem fim, viagens entre o Rio de Janeiro e BH em avião da polícia e até audiência na Assembleia Legislativa de Minas, onde o atleta protagonizou cenas românticas com a noiva Ingrid Calheiros. Ingredientes para a novela não faltavam.
“É um caso à parte, cercado de uma série de particularidades. Demora no andamento processual diante das questões adversas, grande quantidade de advogados e mudanças frequentes do discurso da defesa, frente a uma acusação padrão. A repercussão mundial colaborou com a confusão, uma pólvora a mais no processo”, avalia o advogado Adilson Rocha, presidente da Comissão de Assuntos Prisionais da seção mineira da Ordem dos Advogados do Brasil.
Warley Belo, criminalista e professor de direito penal na Faculdade Kennedy, destaca o prejuízo dos holofotes para a defesa de Bruno. “Minha visão é de que, às vezes, casos famosos, que atraem defesas desvinculadas do acusado, tornam frágil o cliente. O entra e sai de advogados atrasa o processo, rompe a confiança das partes e prejudica explicitamente o réu, na plenitude de sua defesa.”
O caso ganhava status de folhetim, tendo como principal personagem um atleta de ponta no ápice da carreira, atuando pelo time do Flamengo, então recém-campeão brasileiro. De goleiro cotado para a Seleção Brasileira de futebol, com pré-contrato com um time europeu para ganhar milhões, Bruno se viu envolvido com o assassinato da mulher que lhe exigia pensão para o filho de 4 meses. O caso ganhava manchetes país afora, idas e vindas dos principais acusados diante de flashs implacáveis, depoimentos sem fim, viagens entre o Rio de Janeiro e BH em avião da polícia e até audiência na Assembleia Legislativa de Minas, onde o atleta protagonizou cenas românticas com a noiva Ingrid Calheiros. Ingredientes para a novela não faltavam.
“É um caso à parte, cercado de uma série de particularidades. Demora no andamento processual diante das questões adversas, grande quantidade de advogados e mudanças frequentes do discurso da defesa, frente a uma acusação padrão. A repercussão mundial colaborou com a confusão, uma pólvora a mais no processo”, avalia o advogado Adilson Rocha, presidente da Comissão de Assuntos Prisionais da seção mineira da Ordem dos Advogados do Brasil.
Warley Belo, criminalista e professor de direito penal na Faculdade Kennedy, destaca o prejuízo dos holofotes para a defesa de Bruno. “Minha visão é de que, às vezes, casos famosos, que atraem defesas desvinculadas do acusado, tornam frágil o cliente. O entra e sai de advogados atrasa o processo, rompe a confiança das partes e prejudica explicitamente o réu, na plenitude de sua defesa.”
fonte> estado de minas
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