Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) negaram por unanimidade,
na tarde desta terça-feira, o pedido de soltura do goleiro Bruno
Fernandes, condenado a 22 anos e três meses de prisão pelo sumiço e
morte de Eliza Samudio. Entre os argumentos usados pelos julgadores para
manter a prisão do atleta está a “alta periculosidade do réu” e a
intranquilidade que iria gerar à sociedade caso fosse solto.
O
julgamento começou às 13h45 com a sustentação oral do advogado Lúcio
Adolfo. O defensor usou como argumento a prisão domiciliar. “Primeiro
coisa que falei, é que a prisão é provisória já que recorri da
condenação. Também falei que Bruno está no período em que ele é bastante
produtivo, já que é goleiro. E com isso, poderia trabalhar para
sustentar o filho”, explica o defensor.
O ministro Teori Zavascki, relator do recurso, afirmou que não houve
nenhuma ilegalidade no processo. Para ele, “por conta da periculosidade
do goleiro e pelo modus operandi do crime”, todas os pedidos de
liberdade negados foram corretos. Zavascki informou também que a soltura
do atleta traria “ intranquilidade para a sociedade” por causa da
brutalidade que ocorreu o crime. A decisão foi seguida pelos outros
ministros.
Lúcio Adolfo não concordou com os argumentos usados
pelo ministro, porém afirma que tem outra carta na manga para tentar a
liberdade de Bruno. “Eles decidiram apenas a liberdade e não prisão
domiciliar, porque entenderam que se fizessem o julgamento seria
supressão de instância. Isso porque, o pedido tem que ser negado pela
juíza do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), depois pelo
Superior Tribunal de Justiça (STJ, para só depois chegar ao STF. As
duas primeiras partes já foram feitas, agora vou fazer um novo pedido ao
STF”, afirma o advogado.
O ex-defensor do goleiro Bruno, Rui
Caldas Pimenta, que fez o pedido de liberdade julgado nesta terça-feira,
ficou irritado pelo fato de ter sido destituído mais uma vez pelo
atleta. “Eu cheguei para fazer a sustentação oral, mas logo recebi uma
procuração assinada pelo Bruno autorizando o Lúcio Adolfo a lhe
defender. Ele tinha uma chance boa de conseguir a liberdade com os
argumentos que eu tinha. Agora, não vejo mais chance dele sair da cadeia
não”, disse o advogado.
Bruno está preso na Nelson Hungria
desde junho de 2010. Em 8 de março ele foi condenado por homicídio
qualificado e ocultação de cadáver de Eliza, além de sequestro do filho
do casal, com pena total de 22 anos e três meses. Para ter direito à
progressão do regime fechado para o semiaberto, em que poderia sair
diariamente para trabalhar, Bruno tem que cumprir sete anos, nove meses e
15 dias de prisão.
Outros quatro réus do processo também já
foram julgados. Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, amigo de
infância e braço direito do goleiro Bruno, foi condenado a 15 anos de
reclusão pelo homicídio triplamente qualificado. Fernanda Gomes de
Castro, ex-namorada do atleta, foi sentenciada em cinco anos pelo
sequestro de Eliza e do filho dela. O ex-policial civil Marcos Aparecido
dos Santos, o Bola, apontado como o executor da modelo, foi condenado a
22 anos e 360 dias multa por homicídio duplamente qualificado e
ocultação de cadáver. Já Dayanne Rodrigues, ex-mulher do atleta, foi
absolvida.
Paternidade de Bruninho é questionadaO
advogado Lúcio Adolfo afirmou que vai pedir um exame de DNA no filho de
Eliza Samudio para confirmar se o garoto é mesmo filho de Bruno.
“Surgiu um boato de que o garoto não é filho dele. Como há essa
suspeita, vamos fazer o DNA para confirmar ou não a paternidade”, disse.
FONTE: EM
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