Entrevista: Moreno analisa retorno à Toca, onde viveu "maiores alegrias da carreira"

Em conversa com o Superesportes, atacante boliviano falou sobre a temporada no Flamengo, a concorrência no Cruzeiro e as melhores lembranças da Toca da Raposa

 kUma identificação mútua. Assim pode ser definida a relação entre a torcida cruzeirense e o atacante boliviano Marcelo Moreno. Em sua primeira passagem pelo Cruzeiro, ele foi artilheiro da Copa Libertadores da América de 2008, e viveu a melhor fase da carreira. Fora de campo, Moreno também foi vantajoso para o clube, ao ser vendido por 9 milhões de euros ao Shakhtar Donetsk, da Ucrânia.

Em entrevista exclusiva ao Superesportes, antes de chegar a Belo Horizonte para sua segunda passagem pelo Cruzeiro, Moreno relembrou os melhores momentos vividos na Toca da Raposa, analisou o retorno ao clube, suas condições físicas e técnicas, além da concorrência no ataque cruzeirense e a última temporada no Flamengo. Por fim, agradeceu o carinho da torcida celeste e prometeu retribuir com garra e gols dentro de campo.

Depois de várias temporadas especulado para voltar ao Cruzeiro, você finalmente retornará ao clube. O que passa na sua cabeça neste momento?

"A expectativa é muito grande, estou muito feliz de estar voltando. É um time que sempre abriu as portas para mim, onde vivi as maiores alegrias da minha carreira, espero me preparar o mais rápido possível e ficar no nível que a torcida do Cruzeiro me conhece, para poder mostrar meu trabalho".

Qual a sua atual condição física?

"Durante toda as minhas férias, eu estive fazendo trabalhos à parte, em academia, sempre me cuidando, mas não é a mesma coisa de estar com o grupo. Então vou tentar ficar bem o mais rápido possível para ficar igual aos meus companheiros. Acredito que, treinando com o pessoal do Cruzeiro, se tudo der certo com meu contrato e meus exames médicos, eu ficarei bem fisicamente o mais rápido possível".

Como você vê a concorrência no ataque do Cruzeiro, com Borges e Vinicius Araújo?

"A concorrência é muito forte. Com certeza, antes de eu assinar meu contrato, saber sobre os jogadores que eu ia ter que brigar pela posição foi um estímulo para mim. Vou trabalhar ao máximo para poder deixar a cabeça do Marcelo Oliveira em dúvida. É isso que eu vou tentar fazer. É um grupo que já é bom, vou fazer o meu trabalho para poder jogar do jeito que eu quero".

De todos os 21 gols marcados pelo Cruzeiro, teve algum inesquecível?

"Tem um gol que eu guardo com muito carinho. O que eu fiz na final do Mineiro, de peixinho, contra o Atlético. Foi 1 a 0, com um gol meu, foi muito importante para mim, eu guardo isso sempre. Foi um momento maravilhoso na minha carreira pelo Cruzeiro".

Muitos torcedores se recordam de você justamente por este gol marcado contra o Atlético. Como você vê este reencontro com o rival, atual campeão da Libertadores?

"Marquei dois gols nas finais do Mineiro de 2008. O primeiro na goleada por 5 a 0 e o outro de peixinho, no segundo jogo da final, que foi 1 a 0. Primeiro, quero me focar no Cruzeiro. Passar no exame médico, me apresentar ao grupo, focar no meu trabalho, tentar dar o nível que eu sei que eu posso estar. Ter a confiança do grupo e do treinador. De acordo com este momento, vou falar do rival no futuro. Neste momento, eu quero falar só do Cruzeiro, que é o time que está me acolhendo novamente e que eu estava com muita saudade de voltar".

Até que ponto essa saudade ajudará no seu desempenho em campo?

"Muito, vai me ajudar muito. O carinho que o torcedor cruzeirense tem comigo até hoje é incrível. É um carinho que com certeza te motiva para você entrar em campo e jogar em alto nível, como a torcida me conheceu. Não é fácil, mas vou tentar fazer meu melhor e dar alegrias a eles".

Como você analisa sua temporada no Flamengo, em que você terminou o ano na reserva?

"Quando você está em um grupo onde todo mundo quer ser titular, todo mundo está bem preparado para as oportunidades que aparecem. O Hernane foi muito bem, além de ser um bom companheiro, foi excelente no campeonato que disputou, ele mereceu a titularidade. Foi um ano que eu não esperava no Flamengo, por tantas convocações que eu tive para a Seleção Boliviana, acabei perdendo espaço e o Hernane soube aproveitar muito bem. Não considero um ano ruim, porque ganhamos a Copa do Brasil, foi um ano razoável, que não terminei como titular".

Você chegará em um grupo já formado e com um time titular definido. Como lidar com essa situação?

"O atual time do Cruzeiro é completo, praticamente. É bom, não precisaria mexer muito, e é o que estão fazendo, o que eu acho ótimo. Estão encaixando algumas peças onde já está bom. É um time de muita qualidade, toque de bola, vai sempre para cima, ataca muito, tem jogadores de meio de muita qualidade, uma zaga firme, forte, goleiro que dá confiança ao time. Tomara que eu consiga me encaixar neste time o mais rápido possível".
FONTE: SUPERESPORTES