sábado, 28 de setembro de 2013

Ponte surpreende e bate Botafogo no Maracanã em dia ruim de Seedorf

Título brasileiro fica mais distante para alvinegros, que podem perder segundo lugar na rodada. Macaca vence primeira no estádio em sua história

A CRÔNICA
por GLOBOESPORTE.COM

Numa noite que teve furada de Seedorf e cobrança errada de escanteio de Lodeiro, seria muito, muito difícil o Botafogo vencer. Precisando dos três pontos para não deixar o Cruzeiro disparar na liderança do Brasileiro, a equipe alvinegra tropeçou em hora péssima e local errado. Num sábado à noite, no Maracanã, perdeu de 1 a 0, gol de pênalti polêmico, para uma Ponte Preta que, se pouco chegou ao gol e pode ter sido beneficiada por um erro de arbitragem, teve ao menos o mérito de se fechar bem e tentar decidir nos contra-ataques.
O resultado não poderia ter sido pior para os alvinegros. Com a segunda derrota seguida em casa, o time se mantém com 42 pontos, pode ver a líder Raposa abrir 11 de vantagem e ainda, de quebra, perder a segunda posição na tabela neste domingo, caso o Atlético-PR, com 41, supere o Vitória, em casa. Ou se o Grêmio, com 39, bater o São Paulo no Morumbi.
A Ponte Preta, treinada pelo técnico Jorginho, ex-Flamengo, permanece na penúltima colocação, mas, com 22 pontos e um jogo a menos, começa a ter esperanças de reação para escapar do rebaixamento. O gol marcado por Elias deu ao clube a primeira vitória no Maracanã em toda sua história e um alento ao time, que na terça-feira receberá o lanterna da competição, o Náutico, no Moisés Lucarelli. O Botafogo fará o clássico com o Fluminense, quarta-feira, no Maracanã, em que precisará vencer para quebrar a má fase e reagir na tabela.
Antes da partida, os jogadores do Botafogo campeões da Copa Conmebol em 1993 receberam homenagens da diretoria pelos 20 anos da conquista, que serão completados nesta segunda-feira. Depois do jogo, os atuais atletas eram só tristeza pelo resultado da noite de sábado.
Vantagem para a Ponte
O Botafogo teve mais posse de bola. O Botafogo foi mais ofensivo, incisivo. O Botafogo foi também mais organizado taticamente. E, mesmo tramando mais jogadas, não conseguiu, nos primeiros 45 minutos, criar uma chance de perigo que fizesse a torcida se empolgar no Maracanã num sábado à noite até então sem grandes emoções.
Aquele toque final, aquela jogada que faz a diferença, ela não existiu no primeiro tempo. A quantidade de passes errados, sem dúvida, contribuiu. Foram 30 dos alvinegros em 45 minutos.  O time estava mal tecnicamente. Pouco inspirados, Seedorf e Lodeiro, os grandes responsáveis pelo talento da equipe, pouco produziram. Pela direita, Hyuri também teve raros momentos para empolgar o torcedor. Bem marcado, Rafael Marques arriscou uma bola de fora da área que nem chegou a assustar muito. Até os volantes, Marcelo Mattos e Gabriel, tentavam de longe um bom arremate, sem sucesso.  O melhor tiro foi do lateral Edílson, mas Diego Sacoman desviou de cabeça, para escanteio.
Diante de sua posição bem incômoda na tabela - figura em penúltimo lugar -, a Ponte, fora de casa, pouco ia ao ataque. O lema era se fechar bem na defesa à espera de um bote. As apostas eram na velocidade de Adaílton. Os laterais pouco se arriscavam a avançar. Até que, aos 41, Artur arrancou pela direita, e, após a entrada de Lima, caiu na área. O árbitro marcou o pênalti, bastante discutível. Elias bateu de canhota quase no meio do gol, mas a bola passou por baixo de Jefferson e morreu no fundo da rede: 1 a 0 para a Macaca, aos 42.  Justo ela, que pouco foi à frente, que chegou ao Maracanã apenas para se proteger.
Oswaldo saca Seedorf
O primeiro tempo terminou como uma lição para o Botafogo. Não bastava apenas ter o domínio territorial, a posse de bola. Faltavam brilho e empolgação. A exemplo da partida contra o Flamengo, Seedorf recuou no segundo tempo para ficar mais solto, como um volante que iniciasse as jogadas. A torcida já perdia a paciência, e escolheu o lateral Lima, substituto de Julio César, poupado e no banco, como vítima. Mas o técnico Oswaldo de Oliveira botou Otávio e tirou Hyuri, apagado principalmente após ter levado o terceiro cartão amarelo, que vai tirá-lo do clássico contra o Fluminense.
Jorginho, técnico da Ponte, mexeu logo em seguida, trocando Adaílton por Adrianinho. A intenção do técnico da Macaca era manter-se ligado nos contra-ataques, mas com um pouco mais de marcação no meio de campo. Com isso, o técnico deixou apenas Rildo na frente, tentando resolver na correria. O camisa 11, apesar de isolado, incomodava a zaga. Mas àquela altura - 15 minutos do segundo tempo -, o Botafogo pressionava um pouco mais. O goleiro Roberto já fizera boa intervenção em centro de Lima. Mas Seedorf errava. Com direito a furada de bola. Oswaldo percebeu e resolveu sacar a estrela da companhia. Seedorf saiu balançando a cabeça, sem olhar para o treinador. Em seu lugar, entrou Henrique, com Rafael Marques recuando para exercer a função do holandês.
Curioso é que Lodeiro também não estava em seu dia. A ponto de errar uma cobrança de escanteio. O tempoi passava, e Oswaldo ainda tentou uma última cartada, com Alex no lugar de Marcelo Mattos. Jorginho já se fechara, trocando Alef por Magal. O Botafogo pressionava, mas só deu susto com Alex, no último lance. Bom para a Ponte, que conseguiu a primeira vitória no Maracanã em toda sua história.

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