Segundo a Minas Arena, 40 mil ingressos já foram vendidos. Ontem foram registradas enormes filas e negociação avulsa é promovida livremente em frente à sede do clube
Pessoas negociaram ingressos livremente na sede do Galo. Muitos torcedores lamentaram não ter conseguido o bilhete e um rapaz desmaiou depois de rápido confronto |
Ter a senha distribuída pela Polícia Militar e pelo Atlético não foi garantia de ingressos para as 470 pessoas que passaram oito noites numa fila em volta da sede do clube, em Lourdes. Ontem, quando a bilheteria abriu, por volta das 10h, não havia entradas de R$ 100, que eram as mais baratas. As que custavam R$ 200 acabaram em apenas 40 minutos, quando as senhas ainda não tinham chegado ao número 120. Sobraram os tíquetes mais caros, de R$ 400 e R$ 500, para cerca de 75% dos torcedores presentes, nem todos em condições de arcar com esses valores. Em poucos minutos a desolação deles se transformou em revolta. Fecharam a Avenida Olegário Maciel e entraram em confronto com a PM. Em contraste, os cambistas comemoravam, pois aproveitaram a falta de dinheiro de quem estava na fila para comprar desses torcedores os ingressos mais caros, que muitos não podiam mais adquirir. Lá mesmo começaram a revender entradas por até R$ 1 mil, como presenciou a reportagem do Estado de Minas.
O ponto eleito pelos cambistas e seus “funcionários” para negociar ingressos, ontem, na sede do Atlético, voltou a ser o telefone público da esquina da Avenida Olegário Maciel com Rua Bernardo Guimarães. De dentro do cordão de isolamento organizado pela PM, os torcedores que receberam senhas eram chamados pelos comerciantes ilegais para combinar a venda dos ingressos que não fossem usar, já que cada pessoa poderia comprar até cinco unidades. Uma dessas conversas foi flagrada pela reportagem do EM.
Um cambista de camisa branca e de boné chegou às 9h30. Como combinado, um homem de roupa preta e a mulher dele, que lhe serviram de prepostos, passaram por baixo do cordão de isolamento para receber cerca de R$ 5 mil em dois maços de cédulas de R$ 100. Enquanto o marido negociava com o comerciante ilegal, a mulher recontava o dinheiro e ia colocando tudo na bolsa. “E para o cara lá?”, perguntou o homem de preto, querendo saber quanto repassaria para outra pessoa que também tinha senha e que resolveu vender quatro das entradas a que tinha direito devido à falta dos ingressos mais baratos. “Dou para ele R$ 300. Aí fica sendo R$ 800 (do casal), mais R$ 300 dele, total de R$ 1.100”, calculou o cambista.
Nesse momento dois policiais intervieram na negociação, mas não para impedir o comércio ilegal. Queriam que a mulher saísse do cordão de isolamento, porque estava atrapalhando a fila.
O homem de preto então retornou ao cordão de isolamento e repassou a proposta do cambista aos outros rapazes da fila, que concordaram. Ele, então, retornou e recebeu o restante do cambista, num maço de notas de R$ 50 e R$ 20. Bateram os punhos para selar o acordo e cada um foi para um lado. “Não vou embora não. Vou ficar na área (por perto) para pegar os ingressos”, disse.
Outros cambistas mais conhecidos da polícia por serem sempre detidos, mas continuarem com suas atividades pouco tempo depois, também apareceram por lá, e sem enfrentar qualquer fila, foram embora com vários ingressos. Revoltados, os torcedores sentaram na avenida para protestar. O Shopping Diamond Mall chegou a fechar sua portaria para evitar problemas. Houve rápido confronto com a PM e um rapaz ficou inconsciente, se recuperando em seguida.
fonte: superesportes
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