Gol alemão foi marcado por Müller. Jogo recebeu público superior a 41 mil pessoas
Alexandre Barbosa e Daniel LealRecife - Não foi tudo aquilo que a torcida gostaria de ter visto na Arena Pernambuco. Se não houve o tão comentado possível “empate-amigo” que classificaria americanos e alemães independentemente do resultado do outro jogo do Grupo G, a vitória da Alemanha por 1 a 0, na chuvosa tarde desta quinta-feira no Recife, acabou fazendo o mesmo efeito: ambas as seleções estão classificadas à fase seguinte da Copa do Mundo. Os europeus em primeiro lugar (7 pontos) e os norte-americanos em segundo - com os mesmos 4 pontos de Portugal, mas com um melhor saldo de gols (0 x -3).
O sentimento da partida era que as duas seleções poderiam ter feito mais no jogo - sobretudo no segundo tempo. Principalmente, a Alemanha. A poderosa seleção bávara nitidamente “tirou o pé do acelerador”. Poupou-se. Nem mesmo a entrada do atacante Klose, que busca a artilharia isolada das Copas, mudou algo. O camisa 11, pelo menos por enquanto, então, continua com os mesmos 15 gols de Ronaldo. Terá a chance de passar o brasileiro na próxima fase.
Os adversários da Alemanha e dos Estados Unidos nas oitavas de finais será definido no fim desta tarde, saindo do G, onde a Bélgica já é uma das seleções classificadas. Os alemães jogarão às 17h da próxima segunda-feira, em Porto Alegre; enquanto os norte-americanos às 17h da terça-feira, em Salvador
O jogo
Faltou objetividade no primeiro tempo. E, claro, o gol. O 0 a 0 no placar refletiu fielmente a falta de uma grande e clara oportunidade de gols na etapa inicial. Mas escondeu o bom futebol. Talvez, o melhor visto nesta Copa do Mundo na Arena Pernambuco. A Alemanha com um toque de bola envolvente, rápido, chegou a ter 78% da posse de bola. Não fez o gol nos primeiros minutos por preciosismo. Tocava quando era para chutar e chutavam na hora de tocar.
Bem postados em campo, os americanos marcavam com eficiência, mostrando um vigor físicoi impressionante, como já havia ressaltado o técnico alemão Joaquim Löw. Eles, porém, pouco se arriscavam ao ataque, indo apenas na "certa", como se diz na gíria do futebol. Dessa maneira, criaram apenas uma grande chance, aos 22, com Dempsey, que joga como atacante, mas tem grande movimentação. O principal homem do meio era Bradley, que concentrava as jogadas, recebendo todas as bolas da transição defesa-ataque.
Na volta para o segundo tempo, todas as atenções se voltaram para Miroslav Klose, acionado na vaga de Podolski, que pouco acrescentou à equipe jogando pelo lado esquerdo. Agora, era ele quem atuava como centroavante e não mais Müller, que, versátil, passou a ocupar o espaço aberto na ponta esquerda.
A Alemanha manteve a sua proposta de troca de passes e viradas de jogo (com impressionante aproveitamento dessas jogadas). Klose entrou bem posicionado, chamando atenção da zaga e deixando os companheiros de ataque com um pouco mais de liberdade - algo que não tiveram no primeiro tempo. O resultado disso veio aos 10 minutos. Após cruzamento na área, Klose cabeceou, o goleiro defendeu e, na volta, Müller acertou um belo chute cruzado, abrindo o placar na Arena Pernambuco.
A torcida tentava empurrar, mas a verdade é que, conforme o tempo passava e o resultado de Gana x Portugal não preocupava, as duas equipes se adequaram às circunstâncias da partida. Não deixaram de atacar, mas era nítido que os jogadores das duas equipes pensavam duas vezes antes de dar um passe.
No final do jogo, os Estados Unidos se soltou um pouco mais que a Alemanha, mas não dá para sobrecarregar toda a criação em cima de Bradley. Jermayne Jones, embora voluntarioso e atá procurasse o jogo, tem suas limitações técnicas, errando passes demais. Na frente, Dempesey cansou (ou se poupou), mas foi fato que, durante toda a partida, os norte-americanos voltaram a sentir a falta do seu centroavante, Altidore.
E havia Klose. Não foi na Arena Pernambuco que o atacante fez história. Ele deixou o campo com uma jogada produtiva (a cabeçada que resultou no rebote do gol da vitória) e só. No mais, recebeu poucas bolas e não teve muitas bolas paradas para tentar aproveitar.
Ficha do jogo
Estados Unidos
Howard; Johnson, Gonzalez, Besler e Beasley; Beckerman, Jones, Davis (Bedoya aos 14 minutos do 2oT), Bradley e Zusi (Yedlin aos 33 do 2oT); Dempsey.
Técnico: Jürgen Klinsmann.
Alemanha
Neuer; Boateng, Hummels, Mertesacker e Höwedes; Schweinsteiger (Mario Goetze aos 31 do 2oT), Lahm, Özil (Schürrle aos 43 do 2oT), Kroos e Podolski (Klose - intervalo); Müller.
Técnico: Joachim Löw.
Local: Arena Pernambuco, São Lourenço da Mata.
Árbitro: Ravshan Irmatov (Uzbequistão).
Assistentes: Abdukhamidullo Rasulov (Uzbequistão) e Bakhadyr Kochkarov (Quirguistão).
Gols: Thomas Muller (9' 2º T)
Cartões amarelos: Howedes (aos 10’ do 1ºT); Gonzalez (aos 37’ do 1ºT), Beckerman (aos 16 do 2ºT).
Público: 41.876.
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